Nota de Contexto

Crise e governança na Economia Global

O enfraquecimento do arcabouço institucional do multilateralismo foi agravado pela enorme mudança na economia global, decorrente do deslocamento do eixo manufatureiro do Atlântico para o Pacífico, da emergência de cadeias globais de produção e das novas tecnologias digitais.

Não obstante as crises econômicas e financeiras nas décadas de 1970 e 1980, o sistema multilateral centrado na ONU se mantém em funcionamento ainda que tentativas de reforma do sistema tenham sido constantes. Entretanto, a partir dos anos 1990 o sistema começa a entrar em um processo de fragilização estrutural, sendo as dificuldades em concluir negociações globais da OMC um exemplo evidente de sua disfuncionalidade.

Os processos econômicos e tecnológicos, paulatinamente, marginalizam o sistema e minam sua aceitação coletiva como instrumento de governança. “Se as negociações globais não se concretizam, arranjos alternativos de regulação de disputas comerciais proliferam tanto em nível bilateral, regional e inter-regional. Novos pactos regionais ganham espaço político”, destaca Anna Jaguaribe.

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O enfraquecimento do arcabouço institucional do multilateralismo foi agravado pela enorme mudança na economia global, decorrente do deslocamento do eixo manufatureiro do Atlântico para o Pacífico, da emergência de cadeias globais de produção e das novas tecnologias digitais.

Não obstante as crises econômicas e financeiras nas décadas de 1970 e 1980, o sistema multilateral centrado na ONU se mantém em funcionamento ainda que tentativas de reforma do sistema tenham sido constantes. Entretanto, a partir dos anos 1990 o sistema começa a entrar em um processo de fragilização estrutural, sendo as dificuldades em concluir negociações globais da OMC um exemplo evidente de sua disfuncionalidade.

Os processos econômicos e tecnológicos, paulatinamente, marginalizam o sistema e minam sua aceitação coletiva como instrumento de governança. “Se as negociações globais não se concretizam, arranjos alternativos de regulação de disputas comerciais proliferam tanto em nível bilateral, regional e inter-regional. Novos pactos regionais ganham espaço político”, destaca Anna Jaguaribe.

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