Entrevistas

Conversas estruturadas I: Realinhamentos globais e formulação da política externa: espaços nacionais, regionais e inserção global

Estas Conversas Estruturadas se referem ao primeiro eixo temático do projeto CEBRI-KAS 2021: Realinhamentos e formulação da política externa: espaços nacionais e regionais e inserção global. O ponto de partida das discussões se debruça sobre as perspectivas para o futuro do multilateralismo em um cenário de crise, ao mesmo tempo em que atores emergentes buscam reforçar o sistema advogando por reformas. Os especialistas entrevistados foram selecionados levando em conta a diversidade de perspectivas regionais, tendo em vista obter contribuições que englobem a visão de atores detentores de interesses diversos.

Nesse sentido, o eixo “Realinhamentos e formulação da política externa: espaços nacionais e regionais e inserção global”, coordenado por Maria Regina Soares de Lima e Carlos R. S. Milani, busca analisar as contribuições das experiências dos diferentes regionalismos para o futuro do multilateralismo, as possibilidades de arranjos entre atores like-minded e o papel de grupos informais para impulsionar agendas que encontram obstáculos no âmbito multilateral universal.

Embaixador Ricardo Ernesto Lagorio:

“Estamos enfrentando um daqueles momentos históricos - o kairos - em que o sistema está em discussão: estamos enfrentando uma crise de governança.”

Professora Doutora Guo Jie:

“Em resumo, a atual crise do multilateralismo é uma crise de governança, não uma crise do sistema em si.”

Professora Doutura Monica Hirst:

“O grande tema do debate é a capacidade do internacionalismo liberal de se reimpor.”

Professora Doutora Ana Covarrubias:

“A primeira questão a reconhecer, a meu ver, é que, embora a essência do multilateralismo seja a cooperação e a coordenação de políticas entre os Estados, não existe um multilateralismo único, mas muitos.”

Doutor Andrés Serbin:

“O multilateralismo tem sido afetado por posições e políticas unilaterais e protecionistas de alguns atores internacionais relevantes e por surtos nacionalistas e populistas ocorridos em diferentes países.” 

Professor Doutor Luis Fernandes:

“Só poderá haver efetiva retomada e consolidação do multilateralismo com base em uma ampla e abrangente reforma das suas práticas e instituições, de forma a refletir a nova composição de forças existente no mundo no Século 21.”

Professora Doutora Maxi Schoeman:

“A ascensão do nacionalismo e movimentos políticos de direita em países potencialmente líderes, como o Brasil, parecem ter silenciado seus papéis anteriormente ativos em assuntos globais.”

Professor Doutor Ziya Onis:

“O que vemos agora é um ambiente em que o efeito positivo é o estímulo a uma participação mais ampla em uma ordem não mais dominada pelo Ocidente, e que inclui vários atores. Temos uma estrutura de governança mais pluralista e participativa, mas também o que eu chamaria de um multilateralismo fragmentado”.

 

Parceria: Fundação Konrad Adenauer (KAS)

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Estas Conversas Estruturadas se referem ao primeiro eixo temático do projeto CEBRI-KAS 2021: Realinhamentos e formulação da política externa: espaços nacionais e regionais e inserção global. O ponto de partida das discussões se debruça sobre as perspectivas para o futuro do multilateralismo em um cenário de crise, ao mesmo tempo em que atores emergentes buscam reforçar o sistema advogando por reformas. Os especialistas entrevistados foram selecionados levando em conta a diversidade de perspectivas regionais, tendo em vista obter contribuições que englobem a visão de atores detentores de interesses diversos.

Nesse sentido, o eixo “Realinhamentos e formulação da política externa: espaços nacionais e regionais e inserção global”, coordenado por Maria Regina Soares de Lima e Carlos R. S. Milani, busca analisar as contribuições das experiências dos diferentes regionalismos para o futuro do multilateralismo, as possibilidades de arranjos entre atores like-minded e o papel de grupos informais para impulsionar agendas que encontram obstáculos no âmbito multilateral universal.

Embaixador Ricardo Ernesto Lagorio:

“Estamos enfrentando um daqueles momentos históricos - o kairos - em que o sistema está em discussão: estamos enfrentando uma crise de governança.”

Professora Doutora Guo Jie:

“Em resumo, a atual crise do multilateralismo é uma crise de governança, não uma crise do sistema em si.”

Professora Doutura Monica Hirst:

“O grande tema do debate é a capacidade do internacionalismo liberal de se reimpor.”

Professora Doutora Ana Covarrubias:

“A primeira questão a reconhecer, a meu ver, é que, embora a essência do multilateralismo seja a cooperação e a coordenação de políticas entre os Estados, não existe um multilateralismo único, mas muitos.”

Doutor Andrés Serbin:

“O multilateralismo tem sido afetado por posições e políticas unilaterais e protecionistas de alguns atores internacionais relevantes e por surtos nacionalistas e populistas ocorridos em diferentes países.” 

Professor Doutor Luis Fernandes:

“Só poderá haver efetiva retomada e consolidação do multilateralismo com base em uma ampla e abrangente reforma das suas práticas e instituições, de forma a refletir a nova composição de forças existente no mundo no Século 21.”

Professora Doutora Maxi Schoeman:

“A ascensão do nacionalismo e movimentos políticos de direita em países potencialmente líderes, como o Brasil, parecem ter silenciado seus papéis anteriormente ativos em assuntos globais.”

Professor Doutor Ziya Onis:

“O que vemos agora é um ambiente em que o efeito positivo é o estímulo a uma participação mais ampla em uma ordem não mais dominada pelo Ocidente, e que inclui vários atores. Temos uma estrutura de governança mais pluralista e participativa, mas também o que eu chamaria de um multilateralismo fragmentado”.

 

Parceria: Fundação Konrad Adenauer (KAS)

Participaram dessa publicação

Carlos Milani
Senior Fellow

Vice-Diretor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ)

Ana Covarrubias Velasco
Professora do Colegio de Mexico

Andrés Serbin
Presidente Executivo da Coordinadora Regional de Investigaciones Económicas y Sociales (CRIES)

Presidente Executivo da Coordinadora Regional de Investigaciones Económicas y Sociales (CRIES); co-presidente da Seção Ásia e Américas, Latin American Studies Association (LASA) e conselheiro do Consejo Argentino de Relaciones Internacionales (CARI).

Guo Jie
Professora associada da Escola de Estudos Internacionais da Universidade de Pequim

Luis Fernandes
Diretor do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da PUC-Rio

Diretor do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da Pontifício Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Maria Regina Soares de Lima
Professora do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ

Maxi Schoeman
Professora no Departamento de Ciências Políticas da Universidade de Pretória

Professora no Departamento de Ciências Políticas da Universidade de Pretória, membro da Academia de Ciências da África do Sul (ASSAf) e Vice-Presidente do Conselho do Instituto para o Diálogo Global.

Monica Hirst
Professora da Universidad Torcuato Di Tella (Buenos Aires) e professora visitante no IESP-UERJ

Ricardo Ernesto Lagorio
Ex-Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República Argentina na Federação Russa

Ex-Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República Argentina na Federação Russa; Professor de Política Externa e Relações Internacionais na Universidade Austral, na Universidade Católica Argentina e na Universidade de Belgrano. É também membro consultivo do Conselho Argentino de Relações Exteriores (CARI).

Ziya Onis
Professor de Economia Política Internacional na Universidade Koç em Istambul

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