Balanço das Atividades do CEBRI na COP30

  • 09 dezembro 2025

Entre 10 e 21 de novembro, o CEBRI esteve presente em Belém, com uma série de atividades na Zona Azul, o espaço de negociações oficiais, e na Casa Diálogo, sede do CEBRI durante a COP que funcionou em parceria com o Inter-American Dialogue, com apoio do ICS e patrocínio de Vale, Itaú, KAS Brasil, Tim e Syngenta. Também promovemos atividades em espaços culturais como o Museu das Amazônias.

Ao longo de duas semanas, co-organizamos 15 eventos com parceiros brasileiros e internacionais, abordando temas centrais para a transição climática global. Entre os principais destaques:

  • Governança climática internacional, incluindo novas abordagens para lidar com tipping points, os pontos de não retorno.

  • Resource transition: uma visão ampliada da transição climática que incorpora a demanda crescente por recursos naturais e materiais críticos, como solo e minerais estratégicos, essenciais para soluções de descarbonização, eletrificação e conservação ambiental.

  • Trajetórias de transição energética e caminhos para o cumprimento das metas de descarbonização, com ênfase nas ações necessárias para viabilizar esses compromissos.

  • Minerais críticos: discussão sobre fluxos globais de oferta e demanda, o papel estratégico do Brasil, a necessidade de agregar valor à produção nacional e garantir salvaguardas ambientais e sociais, além de refletir sobre suas implicações geopolíticas.

  • Comércio internacional como vetor para acelerar e tornar mais eficiente a produção e circulação de bens de baixo carbono.

  • Agricultura tropical e seu papel na garantia da segurança alimentar do planeta, destacando o potencial brasileiro nessa agenda.

  • Tecnologia e florestas, com foco no papel do Brasil na liderança climática e no desenvolvimento de soluções baseadas na natureza.

  • Superpoluentes (poluentes climáticos de vida curta), cuja mitigação pode gerar impactos positivos e imediatos para o clima, a saúde e a economia.

 

Principais conclusões:

  • A crise climática é um desafio estrutural e de longo prazo, inserido em um cenário geopolítico cada vez mais complexo. A política doméstica influencia diretamente a capacidade dos países exercerem liderança climática, em meio à competição por recursos destinados à defesa e à inovação tecnológica.

  • A mobilização de novos atores é fundamental para acelerar a implementação de compromissos, em especial o setor privado como alavanca de soluções para a transição climática.
  • A cooperação internacional é essencial para a ação climática, com  alinhamentos baseados em ganhos mútuos , em especial para a produção de baixo carbono.

  • A ação climática exige integração entre diferentes setores e níveis de governo. São necessários espaços de diálogo e cooperação entre governos federal e subnacionais, empresas, academia e sociedade civil.

  • Políticas de mitigação e adaptação devem ser pensadas de forma articulada. Compromissos internacionais precisam estar ancorados em políticas domésticas.

  • A questão climática deve estar presente na formulação e implementação de todas as políticas, incluindo áreas como economia, tecnologia, educação e saúde.

  • O Brasil reúne vantagens competitivas, especialmente nos setores de mineração, agricultura e biocombustíveis, mas a concretização desse potencial depende de escolhas políticas que reconheçam os trade-offs e orientem o país para uma transição justa e sustentável.

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