Cenário político em Moçambique pós-eleições é tema de debate no CEBRI

  • 05 fevereiro 2025

No dia 30 de janeiro, o CEBRI realizou o evento “A Situação Política em Moçambique pós-Eleições de outubro de 2024”, reunindo especialistas para analisar os caminhos que se desenham para o país no cenário político e econômico global.

O encontro contou com a participação do Embaixador do Brasil em Maputo, Ademar Seabra da Cruz Jr., Adriano Nuvunga, professor da Universidade Eduardo Mondlane, Paulo Correa, Diretor-Executivo do BID e ex-Economista-Chefe do Banco Mundial em Moçambique (2021-2023) e foi moderado por  Natália Dias, Pesquisadora Sênior do CEBRI.

A discussão reconstruiu a visão que havia sobre Moçambique nos últimos anos, especialmente no período pós-COVID. O país vinha sendo apontado como um dos mais promissores em termos de crescimento econômico e, no cenário político, sua projeção também foi notável, com a posse como membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas em 1º de janeiro de 2023.

Como mencionado ao longo do debate, a crise política pós-eleitoral, marcada pela reeleição da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) — partido no poder desde a independência em 1975 — e pelo aumento de protestos e mobilizações sociais, tem gerado impactos significativos. A instabilidade afastou investidores estrangeiros, paralisou setores estratégicos e impôs desafios à implementação de projetos essenciais para o desenvolvimento do país. Além disso, a vulnerabilidade de Moçambique às mudanças climáticas continua sendo um fator crítico para sua economia e estabilidade social.

Moçambique vinha seguindo uma trajetória promissora de desenvolvimento, assim como apontavam diversas análises sobre o potencial de crescimento da África Subsaariana. “Isso tudo muda com a crise político-institucional decorrente do anúncio dos resultados das eleições de 9 de outubro”, destacou o Embaixador Ademar Seabra da Cruz.

A Pesquisadora Sênior do CEBRI, Natália Dias, enfatizou a importância de acompanhar de perto a conjuntura moçambicana, sobretudo em relação à segurança em Cabo Delgado, no norte do país, onde se concentram os principais investimentos do setor de gás natural. Além das questões políticas, destacou que “Moçambique se sobressai por seu potencial econômico e localização estratégica no continente africano”, funcionando como um importante ponto de conexão entre países asiáticos e nações vizinhas sem acesso ao oceano.

Assista ao debate na íntegra AQUI. 

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