O Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) e a Microsoft fecharam parceria e realizaram nesta terça-feira (2/5) uma reunião restrita, com objetivo de reunir recomendações para o governo federal e sociedade civil no que tange à segurança cibernética do país no contexto global. Ao final do projeto, que contempla quatro encontros fechados, será elaborado um documento público sobre o tema.
Participaram deste primeiro encontro Neno Malisevic, Diretor de Diplomacia Digital da Microsoft, Mônica Ruiz, Gerente de Relações Governamentais da Microsoft e Marcelo Malagutti, Assessor do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Ana Paula Bialer, sócia-fundadora da Bialer Falsetti Associados, escritório de advocacia que auxilia empresas em questões tecnológicas, e o Diretor Acadêmico do CEBRI, Feliciano Sá Guimarães, também professor da Universidade de São Paulo (USP).
De acordo com o Relatório de Defesa Digital da Microsoft de 2022, práticas básicas de segurança cibernética, como implementar autenticação multifator (MFA), aplicar princípios de confiança zero, usar anti-malware moderno, mantendo o software atualizado e protegendo os dados, podem prevenir 98% dos ataques. Uma boa ‘higiene cibernética’ é um passo fundamental, no entanto, ainda há muita necessidade de conscientização sobre essas ações.
Segundo dados divulgados recentemente pelo Fortinet, empresa de soluções de cibersegurança, o Brasil foi o segundo país da América Latina mais atingido por ataques cibernéticos em 2022, atrás apenas do México. No ano passado, apenas o Supremo Tribunal Federal (STF) sofreu quase 2,5 milhões de tentativas de ataques hacker em sete meses. O monitoramento foi feito pela Corte e correspondeu aos meses de novembro de 2021 a maio de 2022. Em abril, o site do STF chegou a ficar fora do ar.
Outra preocupação relacionada à segurança cibernética e à geopolítica é a espionagem entre Estados. O Brasil quer colocar barreiras e se proteger melhor deste tipo de ameaça. O objetivo da Política Nacional de Defesa Cibernética, que está sendo desenvolvida pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) e foi discutido entre os participantes, é fazer do país uma referência na América Latina em relação ao assunto.