No segundo dia do seminário internacional “Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século XXI” (21/3), promovido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em parceria com o CEBRI e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), no Teatro BNDES, Rio de Janeiro, os participantes destacaram a importância de o Brasil alavancar seus fluxos de financiamento internacional para acelerar o desenvolvimento.
O painel “O Papel do Estado na coordenação de investimentos de longo prazo”, contou com a participação de Leonardo Burlamaqui, Senior Fellow do CEBRI e Professor da UERJ, Tereza Campello, Diretora do BNDES, Mariana Mazzucato, Professora da University College London (UCL), Jayati Ghosh, Professora da Universidade de Massachusetts Amherst, e Jeffrey Sachs, Diretor do Centro de Desenvolvimento Sustentável e Professor da Universidade de Columbia e Presidente da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
A seguir, as declarações que mais repercutiram na imprensa nacional e internacional:
- Jayati Ghosh, da Universidade de Massachussets Amherst, alertou que “precisamos pôr em prática a economia que queremos, capaz de gerar prosperidade e satisfazer objetivos sociais e de sustentabilidade com o planeta. Ela analisou que o Brasil é um “país que se autoflagela”, pois impõe a si mesmo a missão de gerar superávits primários, ainda que não possua alta dívida líquida e mesmo diante de tantas problemáticas sociais a serem solucionadas.
- Jeffrey Sachs, Professor da Universidade de Columbia e diretor do Centro para o Desenvolvimento Sustentável, defendeu que o Brasil é punido por taxas de juros altíssimas, fruto de políticas de bancos centrais que classifica como “muito difíceis de explicar”, e que o momento não é de austeridade fiscal, mas de aumento de investimentos públicos.
- Fernando Haddad, Ministro da Fazenda, pontuou que o Brasil se vê prisioneiro dos investimentos de curto prazo há bastante tempo, o que tem como consequência o baixo crescimento e falta de capacidade de planejamento. Para ele, há três agendas prioritárias hoje: a social, a ambiental e a sustentabilidade fiscal. O ministro pontuou que a aprovação de um arcabouço fiscal mais eficiente e flexível significa, em seu entendimento, um novo horizonte em direção à transição ecológica e um melhor aproveitamento das vantagens competitivas do Brasil.
- Leonardo Burlamaqui, Senior Fellow do CEBRI, fez um comparativo entre as trajetórias de crescimento econômico do Brasil, Estados Unidos e China e observou a ausência da discussão sobre o papel do Estado nas teorias econômicas vigentes.
- Tereza Campello, Diretora do BNDES, frisou que é fundamental discutir o papel do Estado no aperfeiçoamento de sistemas alimentares de desenvolvimento sustentável, tendo em vista a sua urgência para problemas históricos de pobreza e fome na agenda social brasileira. Mariana Mazzucato destacou a importância de tornar a burocracia pública mais eficiente.
Confira o segundo dia de seminário na íntegra AQUI.