CEBRI, BNDES e FIESP debatem desenvolvimento sustentável

  • 22 março 2023

No primeiro dia do seminário internacional “Estratégias para o Desenvolvimento Sustentável no século XXI” (20/3), organizada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em parceria com o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), especialistas e autoridades debateram como impulsionar investimentos e desenvolvimento de longo prazo para o Brasil frente aos novos desafios geopolíticos deste século. O evento foi realizado no Teatro do BNDES, no Rio de Janeiro.

O Vice-Presidente da República e Ministro do Desenvolvimento, da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; o Presidente do BNDES, Aloizio Mercadante; o Presidente do Conselho Curador do CEBRI José Pio Borges; o Presidente da FIESP Josué Gomes da Silva e a Ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos Esther Dweck estavam entre os palestrantes. 

 

A seguir, as declarações que mais repercutiram na imprensa nacional e internacional:

- Joseph Stiglitz, professor da Universidade de Columbia e vencedor do Prêmio Nobel da Economia, condenou o atual nível das taxas de juros no Brasil. “A taxa de juros de vocês é realmente chocante. Os números de 13,75% e 8% são o que vai matar qualquer economia. O que é impressionante é que o Brasil sobreviveu ao que é uma pena de morte. O que surpreende é que vocês tenham sobrevivido”, disse ele, acrescentando que parte da razão para essa sobrevivência está na existência de um banco de desenvolvimento, o BNDES.

-  Jayati Ghosh, professora da Universidade de Massachusett Amherst, nos EUA, foi entrevistada pela Globo News e disse que os economistas fora do Brasil estão abismados com juros tão altos no Brasil. A especialista pontuou que o país se “autoflagela” com uma obsessão por superávit primário e juros altos, “uma herança da década de 80, quando o Brasil tinha alta dívida e inflação descontrolada”.

- James Galbraith, da Lyndon B. Johnson School of Public Affairs afirmou que, mesmo diante dos riscos, é imprescindível que sejam feitas mudanças nas políticas fiscal e monetária para garantir maior eficiência dos órgãos macroeconômicos e financeiros. "É preciso pensar em uma alternativa para as políticas, porque as atuais falharam." O professor ponderou que o Brasil está hoje em situação mais confortável do que Estados Unidos e Europa, que sentem os efeitos da crise bancária iniciada com a quebra do SVB (Sillicon Valley Bank).

- Josué Gomes da Silva, Presidente da Fiesp, enfatizou que a participação da indústria hoje é de apenas 12% do PIB. Para Josué, a nova industrialização deve ser voltada ao baixo carbono, com integração às cadeias globais de valor, inovação e alto grau de digitalização. Na análise do presidente da FIESP, também é inconcebível o atual patamar de juros ser associado à questão fiscal. “Essa não é uma boa explicação para as pornográficas taxas de juros que são praticadas no Brasil”.

- Aloizio Mercadante, Presidente do BNDES, reforçou que muitos países repensam sua política industrial, a relação entre Estado e mercado e os marcos de responsabilidade fiscal pós-pandemia. Para Mercadante, as últimas crises tornaram explícitas as fragilidades e a reorganização das cadeias produtivas globais. Mercadante também destacou a matriz energética limpa do Brasil como ponto forte para o país no cenário internacional, mas criticou o custo Brasil. Enquanto a Alemanha financia projetos nesse setor com taxa zero, “nós temos taxas elevadas e pouco competitivas”.

- José Pio Borges, Presidente do Conselho Curador do CEBRI, frisou que o think tank  propõe estratégias de desenvolvimento econômico e projeção internacional do Brasil, como o policy paper Elementos para uma Estratégia de Retomada do Crescimento Sustentável e Inclusão Social’, do Núcleo Economia Política do CEBRI, feito com apoio da FIESP, que apresenta recomendações concretas para a formulação de políticas públicas.

- Geraldo Alckmin, Vice-Presidente da República, afirmou que os desafios mais imediatos do Brasil para a promoção de um desenvolvimento sustentável são a gestão tributária e a falta de um olhar estratégico sobre os impostos e a redução do custo do capital. “Não há nada que justifique 8% de juros reais acima da inflação quando não há demanda explodindo e quando o mundo inteiro tem praticamente juros negativos”, disse Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, ao qual o BNDES está subordinado. Segundo ele, o patamar da Selic “dificulta o consumo e atrasa os investimentos

André Lara Resende, economista e Conselheiro do CEBRI que idealizou o evento, destacou que “a combinação de juros muito altos e impostos muito altos no Brasil é uma combinação profundamente recessiva e que impede o crescimento da economia”.

Confira o primeiro dia de seminário na íntegra AQUI.

 

 

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No primeiro dia do seminário internacional “Estratégias para o Desenvolvimento Sustentável no século XXI” (20/3), organizada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em parceria com o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), especialistas e autoridades debateram como impulsionar investimentos e desenvolvimento de longo prazo para o Brasil frente aos novos desafios geopolíticos deste século. O evento foi realizado no Teatro do BNDES, no Rio de Janeiro.

O Vice-Presidente da República e Ministro do Desenvolvimento, da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; o Presidente do BNDES, Aloizio Mercadante; o Presidente do Conselho Curador do CEBRI José Pio Borges; o Presidente da FIESP Josué Gomes da Silva e a Ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos Esther Dweck estavam entre os palestrantes. 

 

A seguir, as declarações que mais repercutiram na imprensa nacional e internacional:

- Joseph Stiglitz, professor da Universidade de Columbia e vencedor do Prêmio Nobel da Economia, condenou o atual nível das taxas de juros no Brasil. “A taxa de juros de vocês é realmente chocante. Os números de 13,75% e 8% são o que vai matar qualquer economia. O que é impressionante é que o Brasil sobreviveu ao que é uma pena de morte. O que surpreende é que vocês tenham sobrevivido”, disse ele, acrescentando que parte da razão para essa sobrevivência está na existência de um banco de desenvolvimento, o BNDES.

-  Jayati Ghosh, professora da Universidade de Massachusett Amherst, nos EUA, foi entrevistada pela Globo News e disse que os economistas fora do Brasil estão abismados com juros tão altos no Brasil. A especialista pontuou que o país se “autoflagela” com uma obsessão por superávit primário e juros altos, “uma herança da década de 80, quando o Brasil tinha alta dívida e inflação descontrolada”.

- James Galbraith, da Lyndon B. Johnson School of Public Affairs afirmou que, mesmo diante dos riscos, é imprescindível que sejam feitas mudanças nas políticas fiscal e monetária para garantir maior eficiência dos órgãos macroeconômicos e financeiros. "É preciso pensar em uma alternativa para as políticas, porque as atuais falharam." O professor ponderou que o Brasil está hoje em situação mais confortável do que Estados Unidos e Europa, que sentem os efeitos da crise bancária iniciada com a quebra do SVB (Sillicon Valley Bank).

- Josué Gomes da Silva, Presidente da Fiesp, enfatizou que a participação da indústria hoje é de apenas 12% do PIB. Para Josué, a nova industrialização deve ser voltada ao baixo carbono, com integração às cadeias globais de valor, inovação e alto grau de digitalização. Na análise do presidente da FIESP, também é inconcebível o atual patamar de juros ser associado à questão fiscal. “Essa não é uma boa explicação para as pornográficas taxas de juros que são praticadas no Brasil”.

- Aloizio Mercadante, Presidente do BNDES, reforçou que muitos países repensam sua política industrial, a relação entre Estado e mercado e os marcos de responsabilidade fiscal pós-pandemia. Para Mercadante, as últimas crises tornaram explícitas as fragilidades e a reorganização das cadeias produtivas globais. Mercadante também destacou a matriz energética limpa do Brasil como ponto forte para o país no cenário internacional, mas criticou o custo Brasil. Enquanto a Alemanha financia projetos nesse setor com taxa zero, “nós temos taxas elevadas e pouco competitivas”.

- José Pio Borges, Presidente do Conselho Curador do CEBRI, frisou que o think tank  propõe estratégias de desenvolvimento econômico e projeção internacional do Brasil, como o policy paper Elementos para uma Estratégia de Retomada do Crescimento Sustentável e Inclusão Social’, do Núcleo Economia Política do CEBRI, feito com apoio da FIESP, que apresenta recomendações concretas para a formulação de políticas públicas.

- Geraldo Alckmin, Vice-Presidente da República, afirmou que os desafios mais imediatos do Brasil para a promoção de um desenvolvimento sustentável são a gestão tributária e a falta de um olhar estratégico sobre os impostos e a redução do custo do capital. “Não há nada que justifique 8% de juros reais acima da inflação quando não há demanda explodindo e quando o mundo inteiro tem praticamente juros negativos”, disse Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, ao qual o BNDES está subordinado. Segundo ele, o patamar da Selic “dificulta o consumo e atrasa os investimentos

André Lara Resende, economista e Conselheiro do CEBRI que idealizou o evento, destacou que “a combinação de juros muito altos e impostos muito altos no Brasil é uma combinação profundamente recessiva e que impede o crescimento da economia”.

Confira o primeiro dia de seminário na íntegra AQUI.

 

 

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