Nota de Contexto

Reordenamento Global, Crise do Multilateralismo e Implicações para o Brasil

O multilateralismo está em crise? A pandemia e a dificuldade de articular uma ação coletiva global para lidar com a crise sanitária puseram em xeque a legitimidade e a eficácia de instrumentos coletivos. A competição entre grandes potências e a emergência de novos polos de poder estão entre as dificuldades que se apresentam atualmente. Entretanto, o multilateralismo tem por objetivo justamente buscar soluções nesse contexto desafiador.

O estudo mostra que, ainda que os acordos multilaterais não sejam perfeitos, o multilateralismo tem sido, historicamente, um mecanismo estratégico para países como o Brasil. Entretanto, a convergência da crise do multilateralismo e mudanças recentes na política externa brasileira geraram uma situação inédita para a inserção do país no sistema internacional. O cerne da crise de legitimidade do multilateralismo tem origem em uma inadequação do arcabouço institucional liberal-ocidental pós-Segunda Guerra Mundial frente aos novos polos de poder e a uma crescente diversidade identitária e ideológica na contemporaneidade. Vale ressaltar que organizações multilaterais operam a partir de princípios que buscam garantir a coordenação entre desiguais, a inclusão, a representação e a reciprocidade.

“A pandemia e a dificuldade de se produzir ação coletiva global para lidar com a crise sanitária desvelaram um fenômeno que vinha em gestação nos anos anteriores, ilustrados pela paralisia decisória nas organizações multilaterais, derivadas do aumento da competição entre grandes potências e da emergência de novos polos de poder, e pelas contestações da legitimidade e da eficácia destes instrumentos coletivos”, pontuam as autoras Maria Regina Soares de Lima e Marianna Albuquerque.

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O multilateralismo está em crise? A pandemia e a dificuldade de articular uma ação coletiva global para lidar com a crise sanitária puseram em xeque a legitimidade e a eficácia de instrumentos coletivos. A competição entre grandes potências e a emergência de novos polos de poder estão entre as dificuldades que se apresentam atualmente. Entretanto, o multilateralismo tem por objetivo justamente buscar soluções nesse contexto desafiador.

O estudo mostra que, ainda que os acordos multilaterais não sejam perfeitos, o multilateralismo tem sido, historicamente, um mecanismo estratégico para países como o Brasil. Entretanto, a convergência da crise do multilateralismo e mudanças recentes na política externa brasileira geraram uma situação inédita para a inserção do país no sistema internacional. O cerne da crise de legitimidade do multilateralismo tem origem em uma inadequação do arcabouço institucional liberal-ocidental pós-Segunda Guerra Mundial frente aos novos polos de poder e a uma crescente diversidade identitária e ideológica na contemporaneidade. Vale ressaltar que organizações multilaterais operam a partir de princípios que buscam garantir a coordenação entre desiguais, a inclusão, a representação e a reciprocidade.

“A pandemia e a dificuldade de se produzir ação coletiva global para lidar com a crise sanitária desvelaram um fenômeno que vinha em gestação nos anos anteriores, ilustrados pela paralisia decisória nas organizações multilaterais, derivadas do aumento da competição entre grandes potências e da emergência de novos polos de poder, e pelas contestações da legitimidade e da eficácia destes instrumentos coletivos”, pontuam as autoras Maria Regina Soares de Lima e Marianna Albuquerque.

Participaram dessa publicação

Marianna Albuquerque
Senior Fellow

Professora no Instituto de Relações Internacionais e Defesa (IRID/UFRJ)

Maria Regina Soares de Lima
Professora do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ

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