Entrevistas

Conversas Estruturadas IV: Crises Antropocênicas, Sustentabilidade, Saúde Global e Construção de Consenso para Políticas Multilaterais

Estas Conversas Estruturadas referem-se ao quarto eixo temático do projeto CEBRI-KAS 2021 “Crises antropocênicas, sustentabilidade, saúde global e construção de consenso para políticas multilaterais". O texto apresenta reflexões fundamentais para compreender o impacto causado pela pandemia da Covid-19, a relação com a crise do clima e as possibilidades de respostas do atual sistema multilateral aos desafios ambientais e sociais que vivenciamos. 

Os especialistas responderam perguntas sobre o papel de diferentes atores não governamentais na ação climática, e como os regionalismos podem se tornar arranjos favoráveis para a adoção de políticas conjuntas entre nações, tais como os Green Deals. 

O eixo, coordenado pelo Professor Carlos R. S. Milani, procura apresentar as perspectivas dos entrevistados sobre as possibilidades do multilateralismo na era climática.

Rubens Ricupero

 “O principal ensinamento da pandemia foi e continua a ser a necessidade de avançar na governança global em matéria de ameaças epidêmicas, dotando essa governança do que ela carece atualmente: mandato específico à OMS ou a uma organização nova (como sugerem alguns), para detectar futuras epidemias e suprimi-las ainda no início.”

Bertrand Badie 

“A ONU não criou uma organização especializada sobre esta questão climática, e temos que debater sobre isso, mesmo sendo uma pergunta difícil: é necessário ou não criar uma nova instituição? É verdade que a intervenção da ONU sobre o clima é, dentre todas as questões relativas à segurança global, a menos bem desenvolvida”

Maria Cecilia Oliveira:

 “Nesse sentido, o grande aprendizado da pandemia para mim é a relação no presente de duas variáveis: economia política e saúde. Este é o eixo que conecta a pandemia à crise climática.”

Thomas Diez

 “Um esforço colaborativo de grandes potências talvez - os EUA sob Biden, a noção de civilização ecológica da China e as ambições da UE de desempenhar o papel de uma potência normativa verde podem de fato tornar possível um tal esforço concertado nos próximos quatro anos”

Christopher Kurt Kiessling 

"Acredito que o regionalismo pode fazer contribuições extremamente significativas para a construção de uma governança inclusiva e eficaz diante da mudança climática.”

Cristina Yumie Aoki Inoue 

“A humanidade não é homogênea, e nem todos os grupos e sociedades são igualmente responsáveis, ou podem estar diretamente ligados aos motores das mudanças socioambientais globais. Assim, o Antropoceno é também um tempo de contradições, contestação e crise combinada.”

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Estas Conversas Estruturadas referem-se ao quarto eixo temático do projeto CEBRI-KAS 2021 “Crises antropocênicas, sustentabilidade, saúde global e construção de consenso para políticas multilaterais". O texto apresenta reflexões fundamentais para compreender o impacto causado pela pandemia da Covid-19, a relação com a crise do clima e as possibilidades de respostas do atual sistema multilateral aos desafios ambientais e sociais que vivenciamos. 

Os especialistas responderam perguntas sobre o papel de diferentes atores não governamentais na ação climática, e como os regionalismos podem se tornar arranjos favoráveis para a adoção de políticas conjuntas entre nações, tais como os Green Deals. 

O eixo, coordenado pelo Professor Carlos R. S. Milani, procura apresentar as perspectivas dos entrevistados sobre as possibilidades do multilateralismo na era climática.

Rubens Ricupero

 “O principal ensinamento da pandemia foi e continua a ser a necessidade de avançar na governança global em matéria de ameaças epidêmicas, dotando essa governança do que ela carece atualmente: mandato específico à OMS ou a uma organização nova (como sugerem alguns), para detectar futuras epidemias e suprimi-las ainda no início.”

Bertrand Badie 

“A ONU não criou uma organização especializada sobre esta questão climática, e temos que debater sobre isso, mesmo sendo uma pergunta difícil: é necessário ou não criar uma nova instituição? É verdade que a intervenção da ONU sobre o clima é, dentre todas as questões relativas à segurança global, a menos bem desenvolvida”

Maria Cecilia Oliveira:

 “Nesse sentido, o grande aprendizado da pandemia para mim é a relação no presente de duas variáveis: economia política e saúde. Este é o eixo que conecta a pandemia à crise climática.”

Thomas Diez

 “Um esforço colaborativo de grandes potências talvez - os EUA sob Biden, a noção de civilização ecológica da China e as ambições da UE de desempenhar o papel de uma potência normativa verde podem de fato tornar possível um tal esforço concertado nos próximos quatro anos”

Christopher Kurt Kiessling 

"Acredito que o regionalismo pode fazer contribuições extremamente significativas para a construção de uma governança inclusiva e eficaz diante da mudança climática.”

Cristina Yumie Aoki Inoue 

“A humanidade não é homogênea, e nem todos os grupos e sociedades são igualmente responsáveis, ou podem estar diretamente ligados aos motores das mudanças socioambientais globais. Assim, o Antropoceno é também um tempo de contradições, contestação e crise combinada.”

Participaram dessa publicação

Rubens Ricupero
Conselheiro Emérito

Ministro do Meio Ambiente (1993-1994) e Ministro da Fazenda (1994)

Bertrand Badie
Professor Emérito de Ciência Política e Relações Internacionais na Universidade Sciences Po Paris

Christopher Kurt Kiessling
Professor da Universidade Católica de Córdoba e na Universidad Blas Pascal

Cristina Yumie Aoki Inoue
Professora Associada na Universidade de Radboud (Holanda) e Pesquisadora Sênior Voluntária na UnB

Professora Associada do Environmental Governance and Politics chair group do Departamento de Geografia, Planejamento e Meio Ambiente (GPE) da Universidade de Radboud, Holanda e Pesquisadora Sênior voluntária do Centro de Estudos Globais da Universidade de Brasília (UnB)

Maria Cecilia Oliveira
PhD em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Líder de projetos para o grupo Reconfigurações democráticas de transformações de sustentabilidade no Institute for Advanced Sustainability Studies em Potsdam, Alemanha

Thomas Diez
Professor de Ciência Política e Relações Internacionais na Universidade de Tübingen

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