Rio Action Climate Week: Primeiro dia de discussões com foco na integração entre qualidade do ar e agendas florestais rumo à COP30

  • 26 agosto 2025

Ao longo da semana, o CEBRI promove uma série de debates sobre ação climática, reunindo representantes dos setores público, privado, acadêmico e cultural para impulsionar soluções concretas rumo à COP30.

Na nova sede do CEBRI, a Casa COP consolida-se como um dos principais espaços de diálogo e inovação da Rio Climate Action Week (RCAW), abrigando discussões sobre Geopolítica, Políticas Climáticas, Transição Energética e Relações Internacionais.

26/08 | Enfrentando os incêndios florestais e a poluição do ar: Impulsionando soluções rumo à COP30

O primeiro evento da semana, realizado em parceria com o Clean Air Fund, reuniu pesquisadores, representantes do governo e lideranças da sociedade civil para debater a inclusão da qualidade do ar e do carbono negro nas políticas florestais, em preparação para a COP30.

Abrindo o painel, Renata Costa, Analista Sênior de Pesquisa no Instituto Ar, destacou que o enfrentamento aos superpoluentes gera ganhos imediatos tanto para o clima quanto para a saúde pública, ressaltando a importância de monitoramento, gestão de riscos e mitigação. Renata apresentou a iniciativa Coalizão Respira Amazônia, que já opera com 187 sensores de baixo custo na região amazônica, e reforçou a urgência de ampliar a cobertura e fortalecer protocolos de prevenção e resposta. Em seguida, Elis do Nascimento Silva, Diretora de Justiça Climática no Ministério dos Povos Indígenas, alertou que os incêndios atingem até 50% dos territórios indígenas. Ela defendeu o reconhecimento do manejo tradicional do fogo como parte da solução e destacou o papel das brigadas indígenas no Programa Prev-Fogo. Também reforçou a necessidade de ampliar recursos e garantir financiamento direto para os territórios.

Ane Alencar, Diretora de Ciência do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), chamou atenção para a escala inédita da crise do fogo no país, com 30 milhões de hectares queimados em 2024. A Diretora alertou para os impactos econômicos e sociais e defendeu que o tema seja central nas negociações climáticas, já que incêndios descontrolados colocam em risco iniciativas como REDD+, bioeconomia e restauração florestal.

Thaianne Resende Fábio, Diretora do Departamento de Qualidade Ambiental do MMA, apresentou os avanços da política nacional de qualidade do ar, como a ampliação das estações de monitoramento e a criação da plataforma MonitorAr. Representando o MMA, Thaianne ressaltou a importância de integrar políticas de combate ao desmatamento e à poluição atmosférica, além de elaborar um plano nacional para redução de poluentes de vida curta. Beto Veríssimo, Enviado Especial da COP30 para o Setor de Florestas e Co-fundador da Imazons, afirmou que vivemos uma “era do fogo” sem precedentes, que ameaça diretamente as florestas tropicais.

Representando o Ministério da Saúde, Eliane Ignotti, Coordenadora-Geral de Vigilância em Saúde Ambiental, reforçou os impactos da poluição atmosférica na saúde pública, com estimativa de 95 mil mortes anuais no Brasil associadas à poluição do ar. Apresentou o Painel VigiAr e anunciou a preparação do Plano de Ação de Belém para a COP30, que reunirá experiências globais de adaptação em saúde com foco em justiça climática.

Encerrando o painel, Emanuel Lins, Diplomata da Divisão de Biodiversidade (DBIO) no Ministério das Relações Exteriores e da Presidência da COP30, destacou a importância de uma estratégia internacional de prevenção e monitoramento. Ele lembrou que o Brasil já participa do Global Fire Hub da FAO e defendeu que a COP30 seja uma oportunidade para mobilizar um “mutirão internacional” contra os incêndios, valorizando saberes indígenas e promovendo cooperação entre setores.

O painel foi moderado por Thais Jesinski Batista, Gerente de Projetos do Programa de Transição Climática e Sustentabilidade.

Leia o factsheet deste evento AQUI.

Assista à transmissão completa do evento AQUI.

 

 

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