O CEBRI esteve presente na 2ª edição do Transatlantic Maritime Security Symposium, encontro internacional dedicado à segurança marítima no Atlântico. Organizado pela Escola de Guerra Naval (EGN), em parceria com o William J. Perry Center for Hemispheric Defense Studies (WJPC) e o Africa Center for Strategic Studies (ACSS), o simpósio reuniu cerca de 35 especialistas, autoridades civis e militares de países da África, Europa e Américas, entre os dias 30 de junho e 2 de julho de 2025.
Ao longo dos três dias, os debates abordaram os principais vetores de instabilidade marítima na região. Na abertura, os painéis destacaram a intensificação da competição geopolítica no Atlântico Sul, com ênfase na crescente presença da China, por meio de investimentos em infraestrutura portuária voltada ao escoamento de commodities agrícolas, e na postura dos Estados Unidos, ao buscar manter sua influência sobre o que chamam de “comunidade atlântica”.
No segundo dia, a atenção se voltou aos riscos transnacionais que afetam a soberania e a estabilidade dos Estados costeiros, como a pesca ilegal (IUU), o tráfico ilícito de armas, drogas e pessoas, além da exploração predatória de recursos naturais offshore. Os participantes reforçaram a importância de parcerias regionais robustas e de marcos regulatórios capazes de lidar com essas ameaças complexas e interconectadas.
O encerramento teve como foco a governança marítima e a construção de alianças estratégicas no eixo Sul-Sul. O Brasil defendeu a consolidação do Atlântico Sul como um espaço geopolítico autônomo, que não deve ser substituído à lógica de segurança do Atlântico Norte. A proposta brasileira prioriza o fortalecimento do corredor América do Sul–África e a valorização de soluções cooperativas, multirregionais e baseadas na soberania dos países litorâneos.
A presença do CEBRI no simpósio, bem como a participação da EGN na Conferência de Segurança Internacional do Forte, realizada semanas antes no Hotel Hilton, aprofundam uma parceria institucional de mais de cinco anos entre as duas instituições. Essa cooperação tem como foco a reflexão estratégica sobre a inserção internacional do Brasil e os rumos da segurança no Atlântico Sul, e reafirma o papel do CEBRI como espaço de produção de conhecimento e interlocução estratégica.