É com imensa tristeza e profundo pesar que o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) comunica o falecimento de Sebastião Salgado, Conselheiro Consultivo e Internacional da instituição.

Sebastião Salgado foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos da história contemporânea — foi um humanista incansável, um defensor das causas sociais e ambientais. Sua trajetória, marcada por uma sensibilidade única e um olhar profundamente comprometido com os povos e territórios retratados, deixa uma lacuna irreparável na cultura e na consciência global.

Economista de formação, iniciou sua carreira de fotógrafo em Paris, em 1973, e desde então percorreu mais de cem países, documentando com maestria a condição humana e os desafios do planeta. Seu legado transcende a arte: é um chamado ético e poético à responsabilidade coletiva com os mais vulneráveis e com a natureza.

Recebeu inúmeras honrarias ao redor do mundo, como a comenda da Ordem do Rio Branco, o título de Cavaleiro da Legião de Honra na França, e o Prêmio da Paz do Comércio Livreiro Alemão. Foi também Embaixador de Boa Vontade da UNICEF, membro honorário da Academy of Arts and Sciences dos Estados Unidos e da American Academy of Arts and Letters, além de eleito para a Académie des Beaux-Arts de l’Institut de France. Seu trabalho mais recente, voltado à preservação da Amazônia e à valorização das comunidades indígenas, reafirmou seu compromisso inabalável com o Brasil e com o futuro do planeta.

Ao lado de sua companheira de vida e criação, Lélia Wanick Salgado, fundou a agência Amazonas Images e concebeu projetos fotográficos que transformaram a percepção do mundo sobre temas urgentes. Sua história foi eternizada no aclamado documentário O Sal da Terra, indicado ao Oscar e premiado em Cannes.

Sebastião Salgado é uma inspiração para o CEBRI e para todos que acreditam no poder das imagens, da empatia e do conhecimento como pontes para a paz e a cooperação internacional.

Manifestamos nossas mais sinceras condolências à família, aos amigos e a todos os que, no Brasil e no mundo, foram tocados por sua obra e por sua humanidade.